Ao longo deste semestre, as temáticas abordadas nas aulas de Didáctica II levaram-nos a procurar informação, a actualizar os nossos conhecimentos e, consequentemente, a ter uma perspectiva diferente sobre as temáticas abordadas.
A primeira temática “Investigação em Didáctica das Ciências”, “obrigou-nos” a pesquisar, a ler e reler, a pensar e reflectir sobre um assunto que gostássemos de investigar, tendo em vista a elaboração de um artigo científico e, eventualmente, a dissertação no próximo ano. A verdade, é que tomar uma decisão acerca do tema a desenvolver não foi fácil. Porém, hoje, reconhecemos que, em termos pessoais, foram bastante enriquecedoras as leituras efectuadas e os momentos de reflexão que as mesmas proporcionaram.
A temática “Avaliação das aprendizagens das Ciências” permitiu-nos reflectir e actualizar alguns conhecimentos sobre as diferentes modalidades da avaliação. As nossas práticas educativas têm servido para demonstrar o quanto há de subjectivo no acto de avaliar, quando o mesmo deveria consistir tão-só num acto de rigor contínuo e sistemático. Como já referimos noutros momentos, a avaliação é, sem dúvida alguma, uma das temáticas da educação em que é necessária formação adequada, com vista a eliminar a subjectividade inerente ao próprio processo e a dotar os docentes de instrumentos que não sirvam apenas para certificar o que o aluno já sabe. Importa que a avaliação sirva para avaliar as aquisições feitas pelos alunos, mas também para ajudar a detectar as falhas ou as dificuldades existentes, contribuindo para criar as condições necessárias à aprendizagem de todos e cada um dos alunos.
A temática “A Educação para o Desenvolvimento Sustentável” é extremamente actual, pois vivemos numa sociedade demasiado consumista que se preocupa, essencialmente, em satisfazer as necessidades do presente, independentemente das consequências que daí poderão advir para o futuro. Por norma, quando ouvimos falar em “Desenvolvimento Sustentável” direccionamos a temática para a área do ambiente, por questões relacionadas com a poluição e preservação dos recursos que o planeta coloca à nossa disposição. É óbvio que a escola, nos últimos tempos tem dito presente e, na medida do possível, tem ajudando a sensibilizar e a formar cidadãos mais responsáveis sob o ponto de vista ambiental, de modo a inverter a tendência destruidora empreendida pelo Homem a partir da época da industrialização. Todavia, parece-nos fundamental alargar o conceito de “Desenvolvimento Sustentável” para “Desenvolvimento Humano”, na exacta medida em que importa consciencializar a sociedade, em geral, e não apenas as comunidades educativas para as temáticas da Educação para a Cidadania, ou seja, formar para a educação ambiental, para os direitos humanos, para a paz, etc. Formar, portanto, cidadãos mais conscientes, mais cooperantes e mais solidários.
A temática “O trabalho Prático no Ensino das Ciências no 3.º CEB e ES” permitiu-nos recordar as diferentes modalidades de trabalho prático existentes, mas alertou-nos, também, para o facto do trabalho laboratorial ou qualquer outra actividade prática, não serem utilizadas, apenas, para motivar os alunos, para tornar as aulas mais atractivas. O Ensino das Ciências deve recorrer ao trabalho prático para criar desafios intelectuais que mantenham os alunos interessados em querer compreender fenómenos, relacionar situações, desenvolver interpretações e elaborar previsões. Ou seja, o trabalho prático deve servir para potenciar o envolvimento nas tarefas e, consequentemente, promover o desenvolvimento do próprio pensamento, no intuito de ajudar os alunos a encontrar soluções para as situações-problema com que se deparam. De acordo com os aspectos referidos, reconhecemos que, algumas vezes, não orientamos as actividades práticas da forma mais correcta, já que as direccionamos muito para os aspectos processuais em detrimento dos domínios cognitivos e afectivos. Daí a necessidade de repensarmos a forma como utilizamos o trabalho prático para que o mesmo resulte em mais-valias efectivas para o processo de aprendizagem.
A Temática “A Sexualidade e Educação Sexual no 3.º CEB e Ensino Secundário” sensibilizou-nos, essencialmente, para as questões da promoção da igualdade entre os sexos e para a eliminação de comportamentos baseados na discriminação sexual. Contudo, do ponto de vista curricular pretende-se que os conteúdos a abranger no 3.º ciclo e Ensino Secundário sejam bem mais alargados, na medida em que importa promover a melhoria dos relacionamentos afectivo-sexuais e a redução das consequências negativas dos comportamentos sexuais de risco, entre muitos outros conteúdos. Até aqui, muito se tem dito, muito se tem escrito, legislação também não tem faltado e tem sido reconhecida a necessidade da implementação da educação sexual em meio escolar. O que é facto, é que, por questões de ordem ética e cultural, entre outras, o tratamento do tema tem esbarrado e muito pouco tem acontecido do ponto de vista prático. Hoje, como as questões tabu no âmbito da temática se encontram substancialmente esbatidas, julgamos necessário dotar as escolas de recursos materiais e humanos, com formação na área, de forma a que a sexualidade e a educação sexual sejam tratadas com rigor, pois só desse modo se conseguirá formar cidadãos mais informados e responsáveis.
Por fim, para concluirmos esta reflexão, interessa tecer algumas considerações acerca da construção/utilização de blogs, uma “ferramenta” com enormes potencialidades educativo-didácticas. Se para a disciplina de Didáctica II, o blog serviu como espaço de reflexão, mas também como instrumento de avaliação, não poderemos deixar de referir o interesse suscitado junto dos nossos alunos acerca da possibilidade de começarmos a explorar esta tecnologia informática para partilhar materiais de apoio ao estudo e dúvidas surgidas a propósito dos conteúdos leccionados ou a leccionar.
O trabalho desenvolvido na e para a disciplina em causa foi extremamente enriquecedor, já que nos permitiu aprender e reflectir sobre os conteúdos trabalhados. Sentimos que, hoje, os nossos horizontes enquanto docentes se encontram substancialmente mais alargados e, por isso, sentimo-nos, de igual modo, mais bem preparados para ajudar a crescer e a formar os jovens com quem trabalhamos diariamente.